A minha casa de infância, é onde chamam o Outeiro. Tinha então, no andar de baixo três quartinhos e tinha uma salinha. Depois, subia-se umas escadinhas, e sobe-se que ainda lá está. Tem uma cozinha, uma sala, duas salinhas e um quarto. Era na cozinha que a gente se juntava. Tínhamos uma lareira. Botávamos lenha e depois estávamos todos em volta. Os mais velhos contavam histórias, às vezes, cantavam. E ensinavam as crianças a cantar. Até aos 22 anos nunca vi televisões. Rádios é que havia aí muitos. Depois, na loja ficavam os porcos e os outros animais era só nas fazendas. Eu gostava de ir à janela ver aquilo lá para baixo. Aquela terra bonita. Vê-se o Pai da Donas, Côja. Vê-se aquilo tudo. E foi aí que a gente nasceu, viveu e foi criada todos os cinco.