Fazíamos aguardente. Era no fim de Setembro quando se apanha as uvas, fazia-se a aguardente. Era cada um na sua casa e conforme o que tinham de uvas. Se tinham muitas uvas pediam a esta e áquela para ajudar. Se tinham poucas fazia cada qual o seu. Fazíamos azeite, muito até. Era no tempo do meu pai e da minha mãe. Tínhamos bastante azeite. Nesse tempo, o meu pai tinha um carrinho de bois, quando era para acartar a azeitona. Depois ia buscar a minha azeitona e a dos outros e ia para o lagar para moer. Depois trazia o azeite e levava às pessoas. Mas depois a minha mãe morreu e o meu pai também. A gente está para Lisboa, e vai-se perdendo tudo. É como a gente, um dia perde-se.