Desde que temos a Comissão de Melhoramentos temos muitas melhorias. Era o Alfredo Francisco Gomes, esse é que foi o mais antigo da Comissão. Onde é a Senhora da Saúde, aquela vivenda era dele. Depois ele morreu, depois comprou um casal que lá está agora. Mas o Alfredo Francisco Gomes, esse é que foi o principal da Comissão. Acho que foi ele o primeiro. Depois foi o Armindo Ferreira Gomes. Depois foi o Manuel, de Avô. Depois foi o Sérgio Francisco. Depois o Vítor Soares e agora já é outro. Manuel Soares também. Fizeram a Casa da Comissão. Onde está aquilo era uma casa de uma tia minha. E a minha tia dizia sempre que quando morresse a casa era para a Comissão, e foi mesmo. Ela não tinha filhos, tinha sobrinhos, a gente também era. E ela disse que era 1000 contos e foi assim que foi. A palavra de morto vale mais do que tudo. Depois arranjaram a casa. A minha tia tinha uma tabernazinha em baixo. Vendia mercearia mas era mais vinho. Quem vendia mais mercearia era ali um senhor, que chamam à Praça, naquele larguinho, que se chamava Aristídes. Esse é que vendia mais mercearia. A minha tia era mais bebidas. Nesse tempo não havia estrada, vínhamos pelos atalhos. Agora já há estrada, já é diferente. Era só penedos. Agora não. Assim como daqui para a Mata, agora é tudo empedrado, já é diferente. Para Monte Frio está uma estrada bonita e noutros tempos não. Nesse tempo não havia aqui camioneta, só em Monte Frio, e a gente ia buscar as coisas que as pessoas traziam de Lisboa. Roupas e mercearias. Nesse tempo vinham as mercearias quase todas de Lisboa. Vínhamos daquela aldeia, descíamos aquela rampa para baixo e depois subíamos. Agora as casas são mais bonitas. Nesse tempo eram muito de pedra. Já eram velhas, agora é tudo novo. Agora há muita gente nova. Muito casal novo. Está diferente. Noutros tempos também não havia água canalizada. Porque a gente ia só àquela fonte, agora não. Agora temos tudo em casa. A luz também. Antes era tudo às escuras. Usavam candeeiro a petróleo. Íamos à Benfeita, a uma taberna que vendia tudo.