Eu tinha 10 anos quando fui para uma obra acartar pedra à cabeça. Ganhava 4 escudos, 5 escudos. Trabalho duro. O dinheiro dava ao pai e à mãe. Que remédio tinha. Era para comprar o pãozinho, o açúcar, o arroz, a massa, porque batatinhas e feijão a gente disso tinha tudo. Mas era para comprar essas coisas. E alguma coisa para a gente vestir. Era o que era. Também roçava mato para os animais. Depois íamos colher o milho, os feijões. Trazíamos isso tudo à cabeça.