Conheci a minha esposa aqui, na escola, nos Pardieiros. Andávamos os dois na escola, eu saí um ano ou dois antes dela. Ela não gostava muito de brincar. Morava numa quinta e às vezes chegava até muita atrasada à escola. Quando chegava já a gente lá estava e então ela não vinha aí muito para as brincadeiras. Com 11 anos já piscava o olho à minha esposa na escola. Ela era de uma classe e eu era de outra.
Depois de sair da escola, fui trabalhar para o campo e ela também lá trabalhava. Ainda me ajudou a acartar muita madeira até para as colheres, ela e a mãe. Já havia uma convivência com a família dela e até ajudávamos muito aí nas fazendas, o meu pai, a minha mãe e a gente trabalhávamos lá para ela na quinta. Ajudávamo-nos uns aos outros.
Na altura não pedi a minha mulher em namoro, namorávamos às escondidas. Nos tempos de namoro, às vezes faziam aí uns bailaricos aos domingos e começou assim. No fim casáramos e temo-nos entendido. Desde que a conheci até casarmos foram para aí dez anos.