O meu dia, levanto-me, a minha nora traz-me o leite. Nunca tomei uma bica nesse café nem noutros. Não adoro aquilo. E então traz-me aqui uma tigelazinha boa, cheia de leite com pão trigo ou com centeio ou assim. E é o meu pequeno-almoço. Depois venho para a cadeira e vou até ao centro.
Venho do centro e vou até ao café, às vezes, há dias. Outros dias não. Outros dias entretenho-me na televisão e é assim a minha vida. Não tenho mais nada a fazer. Não posso ir para lado nenhum.
De dia ando por aqui e por ali, vou para o centro. Mas a minha nora trata muito bem de mim. Tanto de mim como da minha mulher. É impecável mesmo.
Escrevo para o Jornal de Arganil. Em 1992-93, houve um amigo que trabalhava no jornal:
- “Tens que começar a escrever coisas da Benfeita.”
- Eu só tenho a quarta classe, não tenho categoria para escrever.
E não escrevo artigos de certo valor. O que eu escrevo é algum baptizado, algum casamento, alguma obra que se fez. Essas coisitas.