A água ia buscar a um fontanário que há para todos, é público. Ia-se a pé buscá-la com umas vasilhas de barro, umas cântaras ou uns cântaros. Trazia um cântaro aí de quase 20 litros. Conforme a vasilha. Trazia-se ao ombro ou na mão. Sendo pequena trazia-se na mão, sendo maior era ao ombro. E as mulheres era à cabeça. Faziam uma rodilha, traziam à cabeça. Era só aquela fonte e chegava. Só no Verão, quando havia “sequeira” é que era pior. Tinham que estar à espera até que o outro enchesse. E outros até iam mais longe. Na Mourísia tinha muita água no fontanário. Mas é boa. Melhor que a canalizada que cai no largo. Muito melhor.
Para regar faziam, uns chamam umas levadas, outros eram regos. Conforme, porque a água não era canalizada. Aquilo estava dividida. Cada um tinha as suas horas. Uma era por horas, outras por dias. Felizmente não me lembra que cá houvesse guerras por causa da água.
Lavavam a roupa no lavadoiro. Naquela altura, não havia tanques, que eu me lembre. Lavavam num lavadoiro, em volta tem umas pedras. A pedra estava revirada e a água ia para dentro. O lavadoiro era ao fundo da povoação. Antigamente iam lá lavar. Outras arranjavam-se conforme entendiam que se podiam arranjar melhor e que lhe convinha melhor.
Luz também não havia. Era candeeiros de petróleo. Uns era de uma maneira outros era de outra. Eram uns candeeiros feitos de folha e outros era de outra maneira, conforme. Era só o petróleo.