O Castanheiro da Memória é meu. Está filmado. Tem o meu filho. Tem lá uma tábua escrita para toda a gente que lá quiser ir ver. Já está queimado por dentro. Aquilo é só por fora. Foi um homem lá da minha terra que já morreu que deitou lume e ardeu por dentro. Depois rebentou e agora o castanheiro mais valente da Mourísia é aquele. E acharam-lhe graça. É o maior. Não há cá nenhum tão grande, tão largo como aquele. Há mais ao pé, mas não são assim. Já foi filmado mais de há uns cinco anos. Há pessoas que vêm cá de propósito ver. Um rancho.
O magusto faziam no largo. Era castanhas assadas e vinho. É no chão com caruma. É só caruma e lume. Bebem vinho. O vinho é que é melhor com a castanha, não é a água-pé.