Houve cá um comércio que não adiantou nada. Só perdeu foi dinheiro. Houve um que ainda se aguentou algum tempo, no Soito da Ruiva. Esse é que ainda se aguentou lá uns anos. O Fontinha. Ele ainda é vivo. Mas está no Soito da Ruiva. O comércio que esteve aqui não adiantou nada. Não adiantou nada porque não há cá pessoal. O pessoal é pouco. Claro e perguntam sempre onde é mais barato. É como em todo o lado.
Vendia de tudo. No princípio era tudo. Era panos, era mercearia, era vinho, era aguardente. Era tudo. Cá havia tudo naquele tempo. E vinho ao copo. Eram alguns 5 tostões. Ah, pois era. Naquele tempo era caro para quem comprava.
Eu tinha que comprar a aguardente e comprava-a cara. Aqui não havia medronhos. Não há medronhos, não havia cá aguardente. Também tinha só um freguês. Todos os anos tinha que arranjar 200 litros de aguardente de medronho que havia anos que não havia medronho. Não havia quem o apanhasse. Porque ele já fica caro a apanhar, depois ao fazer... Se não lhe arranjava aquela aguardente de medronho e lhe dava aguardente de bagaço já ficava arreliado. Pronto tinha que lhe dar de bagaço. Aguardente da bagaceira. Já ele ficava arreliado.