No Carnaval antigamente faziam-se bailes e vestiam-se de entrudeiro, mascaravam-se. Até chegaram a fazer dois bailes. Um era em baixo e outro em cima no “oiteiro” . Hoje não há gente nem para fazer um baile, quanto mais dois. Era uma guitarrita, uma viola, uma concertina, um acordeão e assim se fazia os bailes.
Pelo Carnaval enchiam os cântaros. Às vezes com coisas porcas. Depois batiam à porta das pessoas, elas vinham à porta e eles atiravam o cântaro lá para dentro. Faziam partidas de Carnaval. Às vezes, se fosse preciso até lá ia um gato morto dentro do cântaro ou ratos. Era aquelas partidas carnavalescas.
Também faziam uma paródia com o leite. A rapaziada juntava-se, iam ordenhar as cabras deste e daquele. Ainda hoje fazem.
Queimar o gato, isso era pelo São João. Punham um mastro, um pinheiro alto, e metiam lá um gato dentro de um cântaro de barro pendurado. Atavam aquilo com uma guita ou com um nagalho de palha. Depois botavam fogo ao pinheiro. Quando lá chegava ardia o que estava a segurar o cântaro, o cântaro caía abaixo, partia e o gato fogia da fogueira, se tivesse tempo.
Pelo São João também iam roubar os vasos todos às varandas e às casas. Traziam-nos todos para a praça, os vasos das flores. Hoje já não há rapaziada para isso.
O Dia da Cobra é em Maio. Dizem que é o Dia da Cobra, que a gente não pode levar nada para casa. E há quem ponha até giesta, dessas que se cria no mato às portas, encostadas na parede. Diz que é para não entrar a cobra.