Uma vez, vínhamos a pé da escola. Agora já os iam lá levar e traziam-nos mas, naquele tempo, tínhamos que ir a pé e vir. Passámos ao Vale do Santo, parece que estava lá um abrunheiro. Chegáramos lá, os rapazes foram lá para cima do abrunheiro e nós, as raparigas todas, estávamos cá por baixo à espera que eles caíssem. Éramos algumas três, pelo menos três, encostadas lá a um curral. Chamava a gente uns currais donde se tinha os animais para fazer o estrume, para aquelas fazendas. Estávamos na brincadeira e diz um:
- “Ai, vem aí o dono! Ai, Nossa Senhora!”
Então é que a gente fugiu por ali acima, todos uns atrás dos outros. Ia lá o meu homem, que agora é meu marido e um cunhado meu, coitado, ainda o bateram. O outro, que andava lá no cimo do abrunheiro, caiu em baixo. Mas fomos todos atrás duns por ali acima, já ninguém via do dono. Caminhávamos bem!