Havia aqui mouros. No outro tempo, então não havia? Contavam. Uma vez, lá abaixo na Cerdeira, uns de lá tiraram uma caixa num caminho. Fizeram-lhe uma parede e enterraram ali o caixote cheio de oiro. Um ano foi lá a água por aquele valeiro abaixo. Foi preciso taparem o chão e foram cavar terra para encher aquelas covas da água, aquelas faltas. Quando andavam lá a trabalhar naquele caminho, encontraram aquilo. O pessoal que lá andava agarraram, levaram-no para um curral de esterco e lá o enterraram para não estarem a ver. Lá chamaram os que lá andavam a trabalhar. Depois, eles davam-lhe o comer. Iam lá comer e beber e diziam:
- “Toca a comer e beber à saúde do oiro!”