Lá se comprava uma sardinhita quando calhava. Um bocado de bacalhau, um bocado de peixe, e era quando havia. Tinha que se comer o que havia.
As sardinhas iam as sardinheiras à porta. Chegaram a ir três a Pai das Donas e a Luadas, daqui da Benfeita, a vender sardinha. Iam pela encosta fora, com uma caixa de 30 quilos à cabeça ou com um alguidar para ir lá vender. Havia lá também uma sardinheira que era da Benfeita. Casou lá e também vendia. Havia lá muito mais gente que agora. Já lá chegaram a morar 70. Uns morreram, outros estão para Lisboa, outros para um lado e para outro. Meus eram três filhos e nenhum lá ficou. Havia outros que tinham cinco e seis nenhum lá ficou. Tudo pregou a vida para outros lados e as povoações assim não têm pessoal.