Quando éramos novos é que nos juntávamos uns quatro ou cinco rapazes. Eram mais rapazes. Andávamos aí de porta em porta a pedir as Janeiras. Andávamos de porta em porta a pedirmos e cantávamos umas “larachas” tal, tal para os convencer. Só assim é que se convenciam. Até cantava o fado, mas já não sou capaz. Cantava com um colega meu que tocava uma concertinazita e eu cantava o fado com ele. Mas hoje já não tenho voz para isso. Se tivesse voz cantava, mas já não tenho.
As Janeiras que nos davam, nem era a castanha inteira pilada, eram aqueles bocados de quando elas pisavam. Não eram inteiras. As inteiras eram algumas para as venderem e outras para comerem. E todos contentes que íamos comendo aquilo. Dinheiro não. Não havia dinheiro. Às vezes, lá vinha um que dava uma chouricita.