Quando eu trabalhei na resina, o sonho que eu tive na altura, era de comprar um carro. Tirar a carta, comprar um carro. Mas a minha mulher nunca me apoiou. Diz ela:
- “Tirar agora a carta.”
- Tiro. Então se os outros tiram a carta, qualquer gajo pelintras que aí há tem um carro, tem capacidade de tirar a carta e comprar um carro...
Depois fui para um patrão, que trabalhei dez anos, fui para lá e eles incentivaram-me. Quer dizer, na questão para eu tirar a carta.
- Tirar a carta, eu não consigo tirar a carta que aquilo é assim, é assado.
Mas foram os indivíduos, todos os três me puxaram:
-“Artur tira a carta. Vai tirar a carta.”
- Depois um gajo fica mal.
- “Se ficas mal voltas outra vez, segunda vez.”
Por acaso correu tudo às mil maravilhas. Tirei o código à primeira e a condução à primeira. Com um bocado de dificuldade na condução mas tirei-o. Não fiquei reprovado. Foi esse sonho que eu tinha, foi isso que eu adquiri.