Criávamos porcos. Tínhamos um, pelo menos, para matar todos os anos. Não se podia ter muitos, que não tínhamos quem nos ajudasse. Matava-se um porco ao fim do ano e tinha-se logo outro ou comprava-se outro. Ia-se criando e era assim. No dia da matança, os matadores, que eram da família, vinham de manhã. Dava-se-lhe o café, o pequeno-almoço e ia-se matar o porco. Ao almoço, já havia febras do porco para se comer, já se fazia a assadura. Só à noite é que ia-se desmanchar o porco, cortá-lo todo. Ao outro dia é que se salgava, depois de a carne já ter arrefecido bem. Punha-se numa caixa grande, punha-se-lhe sal, dois ou três alqueires e era assim.