Lembro da debulha do milho. Apanhei tanto frio às minhas pernas a malhar. Ali com as pernas enterradas no milho frio, quando estava frio. Depois fartávamo-nos de desfolhar milho. Era todas as noites. Como os meus pais tinham muito, nós íamos ajudar todos os dias. Todos os dias eles tinham que fazer. Um dia era descamisar, outro dia era malhar e fazer as malhas do milho a debulhar. Quando chegava ao nosso dia, eles tinham o deles para fazer sempre. Tinham tanto, tinham tantas terras. Tínhamos que fazer o nosso sozinhos. As famílias ajudavam, mas o problema era que os meus pais todos os dias tinham ou para debulhar ou para escarapelar. Só às vezes, quando era o nosso dia, eles lá acabavam o deles primeiro e depois é que ainda iam ajudar a gente para não estarmos sozinhos.
Depois, quando estavam a desfolhar e aparecia uma espiga preta, era uma alegria! Costumavam a andar com ela a dar abraços uns aos outros.