Gostava que a Mourísia tivesse mais população. Porque havendo população sempre iam cortando as silvas e à volta. Porque assim é um deserto. Cada vez há mais vegetação e ninguém corta uma silva, forma-se o mato à volta da aldeia e é complicado para os incêndios. Embora a lei diga que para estar tudo mondado em volta da população mas as pessoas não aderem. Uns por serem velhotes, outros por não poderem.
A Mourísia tem mais uma coisa especial que é um castanheiro. Para mim, é igual aos outros mas um rapaz, levou isto para a frente porque achou o castanheiro interessante. Além disso já veio cá um senhor também de Braga tirar fotografia ao castanheiro e tudo. E foi atribuído, pelo ministério, como um castanheiro de utilidade pública. Embora o dono do castanheiro não gostasse muito. Agora não o pode cortar, embora apanhe as castanhas. É um castanheiro importante. E muita pessoa já lá foi ver. Até um colega meu que trabalha nos serviços florestais me disse, aqui a passar tantas vezes por cima e não sabia que havia aqui um castanheiro tão importante. Vêm cá pessoas passear para ver o castanheiro. E ficam todos contentes de ver aquilo. Acham um castanheiro diferente dos outros, pronto. Não sei se é de estar oco por dentro. Só tem a parte de fora, o casco e mesmo assim continua a dar castanhas. E castanha boa porque o castanheiro é incerto e aquilo é boa castanha.
Aos turistas dizia que a Mourísia tinha uma paisagem que era bonita. Eu quando ando ao pé da casa florestal, muita gente pára, a tirar fotografias, porque é considerada até uma aldeia branca. Portanto, é bom que todas as pessoas não andassem a pintar de outra cor. Pintassem toda a aldeia de branco porque vista do lado da casa florestal, do Pião, a aldeia em si parece bonita. Eu para mim acho que a minha povoação, a minha aldeia que é a mais bonita porque fui lá criado.