Era o Dia do Gato, pelo São João. Arranjavam um pinheiro todo esfolado, só deixavam um galho lá na ponta. Enrolavam palha pelo pau acima até àquele galho. Arranjavam o gato mais bravo que aí houvesse, mais ladrão da terra. Antigamente, era só a gente abrir a porta, descuidar-se, havia aí um gato que até ia às panelas quando elas tinham a carne a ferver. Ia lá, tirava-as e comia, roubava. Eles andavam sempre à caça desses gatos. Então, arranjavam um cântaro, metiam o gato lá dentro, tapavam a boca do cântaro para ele não fugir e penduravam lá na ponta do pinheiro. Depois, lançavam o lume cá de baixo para a palha arder até lá acima ao cântaro. Chegava lá, partia o atilho donde ele estava atado, o gato caía cá em baixo... Palavra! Aquilo fugia... Outras vezes, morria. Era conforme.