A Páscoa era como agora. São as Boas Festas. A gente vai à missa, vem e come. E passa o Domingo de Páscoa. Depois vem o padre, ou quem o representa, ou de manhã ou de tarde, com o compasso, Jesus crucificado. Há anos que já tem vindo cá depois de almoço outras vezes vem de manhã. E pronto é o Domingo de Páscoa. Para mim é assim.
O folar era aos afilhados. O meu padrinho também ainda me deu algumas vezes. Chamavam o folar a dar uma prenda que davam aos afilhados. Era consoante as posses de cada um. Davam mais era o trigo. Às vezes o pano, se era rapaz, para fazer uma camisita, ou se era uma rapariga para fazer um vestido. Outros davam só um trigo. Outros davam uma moeda de 25 tostões. Isso era conforme as capacidades dos padrinhos. Eu penso que hoje em dia ainda se faz isso. Mas na altura, diziam que dava só até se casarem. Quando se casassem, perdiam o direito. Também davam folar ao padre, conforme o que tinham. Uns davam queijo, outros davam ovos, outros era dinheiro.