Vivi sempre na Mourísia. O meu dia-a-dia hoje é diferente porque a gente tem limitações que já não pode fazer aquele trabalho que fazia primeiro. Levanto-me e faço as higienes que é preciso e tomo o pequeno-almoço. Se há missa, vou à missa, se não há ajudo as pessoas às vezes, quando as pessoas vêm ter a minha casa. Há pessoas que precisam de uma injecção, de medicamentos. Tenho que acompanhá-las a qualquer sítio, precisam de um apoio moral, por qualquer coisa que acontece. Qualquer coisa psicologicamente, a gente ajuda. Estamos para ajudar naquilo que a gente pode e sabe. Dou as injecções por necessidade porque para as pessoas irem daqui para outro sítio fica dispendioso. Aprendi a dar injecções já foi quando o meu pai ainda era vivo. Ele precisava de as apanhar e depois aqui não havia bem quem. Comecei-as a dar e depois a várias pessoas. Continuando no meu dia-a-dia, depois faço o almoço e de tarde vou para as cabras, nos dias que vou. Quando não vou há outras coisas a fazer. E pronto, assim se vai vivendo, com pouca coisa.