Quando alguém ficava doente, estava um no Piódão, que era barbeiro, esse é que se ajeitava, vinha a casa, ou ia-se ao Piódão. Era Francisco Pacheco e o filho dele chamava-se Arnaldo. O filho já não era como ele.
Uma vez eu fui a Côja, e diz ele assim:
- “Então tu vens para aqui e tens um médico bom na tua terra, na tua freguesia, e vens para aqui?”
Não sabia bem. E ele disse:
- “Pois olha que vais lá.”
E eu depois tive de lá ir. E ele é que me tratou e tudo isso. O barbeiro. Foi uma coisa que me nasceu na boca e ele tirou-ma. Ele meteu uns ferros, numa braseira de carvão, e eles ficaram encarnados, agarrou naquilo, a carregar, a carregar, quase passou de um lado para outro. O neto dele estava ao pé de mim. Mais tarde, encontrou-me em Côja e diz ele assim:
- “Ó senhor Alfredo e você a aguentar os ferros encarnados a sangue frio.”
Tinha uma coisa má. Ele disse:
- “Eu tiro-te isso que isso vai ser a tua morte.”
E ele tirou mais. Naquela altura foi lá muita gente.