Tínhamos um forno em casa. Era por baixo do coreto. Foi onde me eu criei. Pediam-nos para lhe deixarem ir cozer. Foram duas ou três pessoas e ao depois diz-lhes assim o meu pai, que Deus tem:
- “Botei mais eu ontem...”
Porque a gente fazia as broas grandes. Mas elas era uns bolitos. Quando tendiam, que elas tendiam, uma punha um dedo, e outra punha dois. E era assim que se sabia. Já sabiam qual era a delas. Tinham que ter o sinal para saber qual era a minha, qual era a da outra, qual era a daquela. Tinha que ter o sinal. Elas faziam assim. Nós, não era preciso sinal. Era só para nós.
Tínhamos um moinho ao fundo da ribeira. Ia-se moer a farinha, ia-se botar a lavagem aos porcos, cozinhava-se, ia-se buscar todos os dias um carrego de nabos para cozinhar numas panelas de ferros grandes. Porque aquilo era à lareira. Punha-se aquelas panelas grandes de ferro e enchia-se de comida para cozinhar e para botar aos porcos.