Luz era o lamparino. Era um candeeiro que tinha uns pregos. O candeeiro tinha um gancho para se pendurar. Enfiava-se o gancho no prego e era a luz que a gente tinha. Ainda me lembra uma vez, eu vinha na sala e ele apagou-se. Veio outra vez, tornava a vir, tornou-se a apagar. Eu atirei com ela para o chão. Digo assim:
- Agora já está boa.
Agora, chega-se e carrega-se no botão, chega-se além, carrega-se no botão. Agora não há vento que o apague.
Para regar os campos tínhamos um candeeiro, chamava a gente um lampião, que era a petróleo.
Regava-se quando era no Verão, no tempo que se amanhava tudo. Não havia aí um bocadinho que não fosse amanhado. Cada um tinha só as suas horas para regar. E depois havia horas de noite e iam aproveitar de noite. Toda a gente sabia quando era a sua vez. Assim como agora. Agora, aqueles que ainda regam sabem. Agora já é mais o que está de relva que o que está amanhado.