Andei na doutrina. Ia daqui para Pomares a pé e vinha. Enquanto não mudáramos de freguesia. Eram duas irmãs do padre e uma sobrinha que ensinavam.
Era o Padre Nosso, Salve Rainha, com o Deus Pai. Era as sete palavras, sete isto, sete aquilo. Era as 14 Obras de Misericórdia... havia muito para aprender.
“Creio em Deus pai, todo poderoso, criador do céu e da terra.
E em Jesus Cristo, seu único filho nosso Senhor,
Que foi concebido pelo poder do Espírito Santo,
nasceu da Virgem Maria, padeceu sob Pôncio Pilatos,
foi crucificado, morto e sepultado,
desceu a mansão dos mortos, ressuscitou ao terceiro dia,
subiu aos Céus, está sentado à direita de Deus Pai Todo-Poderoso
donde há-de vir julgar os vivos e mortos.
Creio no Espírito Santo, na santa Igreja católica,
na comunhão dos santos, na remissão dos pecados, na ressurreição da carne, na vida eterna.”
No dia da comunhão, naquela altura íamos com uma roupa nova, era de qualquer cor. Até se usava um xaile de merino. Ainda o tenho aí. Nunca mais o usei. Nesse dia a gente ia, fazia a comunhão e depois vínhamos almoçar a casa. Era um dia como os outros. Agora é tudo diferente.