A minha mãe era Maria Palmira Gonçalves. O meu pai era Manuel Gonçalves dos Santos.
Os meus pais trabalhavam na fazenda. Lavravam-se as terras, naquele tempo, andavam bois e andavam mais pessoas. Lavrava-se as terras, depois semeava-se o milho, depois tinha-se que se sachar, que se empalhar, tinha que se enleirar, tinha que se acartar o estrume. Era tudo assim. Fazer cavadas pelas terras. Governava-se tudo das fazendas.
As fazendas eram de outras pessoas, porque a gente tinha pouco. O meu pai nada comprou. Somos quatro irmãos, três irmãs e um irmão. Naquele tempo não era nada a cada um. A gente criou-se em fazendas de renda. Trabalhar, a cavar, a botar o estrume. Os bois passavam e a gente andava atrás a botar o mato e a cavar. Era a fazer tudo o que era preciso. Depois eles lavravam e a gente tinha que atupir por baixo, enterrar o milho com uns paus e depois tinha que se sachar, tinha que se enleirar, até se apanhar.