Éramos nós que ordenhávamos as cabras e as ovelhas. Aquele leite, põe-se a coalhar e depois faz-se o queijo. Faz-se com um acincho. Coalha-se e depois ele estando feito, tira-se com uma concha para o acincho e faz-se. Estando secos pode-se comer. Se o tempo vai bom secam-se mais depressa, se vai de chuva leva muito tempo. Mas vão-se lavando, eles vão-se secando, fica o queijo bom e pronto. Mas também se pode comer, por exemplo, fazê-lo hoje e amanhã comê-lo, ou até mesmo logo. O leite coalha botando-lhe o cardo. Botam uma flor, aqueles cardeiros e agora já há um pó, na farmácia. E a gente, com aquele pó, bota um bocadinho, depois mexe. Põe-se a amornar e fica uma coalhada que é uma maravilha. Faz-se bom queijo. Mas em primeiro até era destas do campo, que botam a flor, esses cardeiros, mas nunca experimentei com isso. Isso também coalha. Diziam que ficavam bons. Não sei.
Agora só tenho cabras. Já não tenho ovelhas. Só tenho duas cabras e uma chiba e um chibo. Mas quando tinha ovelhas, vendia a lã. Vendiam-na, faziam roupas e tudo. Agora já não há roupas de lã. Assim com lã tão boa, como era. Até saias, ainda cheguei a romper uma saia daquela lã, que até tingia as pernas. Botava aquela tinta.