Antigamente, juntávamo-nos à noite para ir debulhar. Era uma paródia quando se ajuntavam. Um dizia uma coisa, outro dizia outra, riam-se, lá cantavam... Era conforme calhava para passar o tempo, mas agora já não me lembra. Quando apareciam aqueles milhos vermelhos, isso era uma brincadeira! Iam abraçar uns aos outros. Estávamos sempre a ver se aparecia lá alguma. Uma vez, uma irmã minha foi-se abraçar lá um velhote. Ele dizia assim:
- “Ai! Eu já não sou de abraços! Não sou de abraços.”
Abraçava-os todos! Mas era com respeito, naquele tempo. A gente passava a vida de escravidão, mas era mais alegre do que agora. Parece que as pessoas eram muito amigas umas com as outras e tudo. Por acaso eram mais unidos que agora. Agora, aquele que já tem mais parece que ainda quer ter mais, já se não importa. É assim.