Foi na Mourísia que conheci o meu marido. Chamava-se António Nunes. Só tinha mais dois anos que eu. Lá nos calháramos e começámos a namorar um com o outro. Foi ele quem pediu o namoro. Agora, às vezes, as raparigas já pedem. Mas, naquele tempo, era só os rapazes que pediam namoro. E não andavam aí abraçados uns aos outros. Conversávamos, conversávamos, mas não andavam como eles andam agora abraçados. Ele disse ao meu pai se podia namorar comigo. O meu pai disse que era sempre da vontade, mas que também era dele. Assim como eu também disse para os meus filhos.