Tenho dois filhos. Um tem 25. Se chegar a dia de Natal, como eu, faz 26. Também faz anos no dia de Natal. Trabalha no INATEL do Piódão. Tenho outro pequenino. Eu digo que é pequenino, mas é muito mais alto que eu e que o mais velho. É maior, mais alto e mais forte. Faz 16 anos no dia 5 de Dezembro:
- “Ó, mãe, eu também gostava de fazer anos no seu dia...”
- Então, olha, esperasses! Quem te mandou vir mais cedo? - digo-lhe eu assim, às vezes.
- “Só me está a gozar”
- Não te estou a gozar. Calhou.
Até ao nono ano, andou na Ponte. Vinha o táxi ou a carrinha buscá-lo aqui. Para Vale de Maceira ia de camionete. De Vale de Maceira, ia no autocarro para a Ponte. Para o décimo, teve que ir para Oliveira. Mas a Câmara não paga os transportes. O ano passado pagava e os outros anos também, mas este ano não. Que só por um, não dava. Foi na segunda-feira para Chão Sobral para o pé de uma sobrinha que lá tenho. Tem lá os primos. Um é do ano dele e andou sempre colega dele. Vai com eles e vem com eles. Lá come e lá dorme até sexta-feira. Sexta-feira à noite, vamos lá buscá-lo. Depois, temos que o ir lá levar outra vez ao domingo à tarde. Era a única solução. Não havia outra.
Não tenho netos. Era bom! Eu gostava bem de os ter.