Havia umas pessoas que tinham uma certa luz para curar uma ferida ou uma coisa qualquer. Diziam umas deixas, que ficavam de uns para os outros. As pessoas velhotas que tinham mais calo da vida sabiam um produto qualquer. Para curar uma ferida, é melhor isto, é melhor aquilo. E usavam. Achavam-se bem, continuavam a dar conselhos. E iam andando assim. Às vezes, torciam um pé, diz que iam coser o pé. Não sei como é que era, o que lhe punham. Era o “estrutagado”. Quando aparecia uma doença qualquer, desconhecida, havia um homem no Piódão. Chamavam aquilo um barbeiro. Faziam receitas para a farmácia e eram atendidas. Eram aviadas, porque estavam dentro dos assuntos das doenças. Estudavam por livros, eram homens práticos daquilo. Esses homens que nos serviram a nós já são uma coisa fora de época. À medida que os médicos começaram a avançar para a província, já não consentiram. De maneira que depois foram morrendo e outros não quiseram seguir. Tinham filhos, podiam seguir, mas já ninguém lhes despertou aprender por aqueles livros velhos que tinham os pais, porque os médicos estavam sempre a cortar.