A primeira estrada, passou na parte de cima da aldeia, veio pela serra fora, e depois desceu. Já vai há volta de 50 anos. Mais tarde, veio uma do Piódão e depois uma da Vide para cima. Não sei bem em que altura chegou a luz. No tempo em que eu era alfaiate não a tínhamos. Para fazer serão, era tudo com um candeeirozito a petróleo. Foi um sacrifício. Aí é que eu estraguei a minha vista toda. Uma luz pequenina e a gente, às vezes, sabe Deus. Guardávamos as coisas para quando não houvesse tanta responsabilidade. E assim se foi andando. O telefone é que já o tenho em casa há 40 anos. Mas, uns oito anos antes de eu ter o meu, já havia o telefone público.