Escusava era de haver tanta emigração. Essa gente podia cá estar no continente e governarem cá a vida, escusavam de ir para aqueles lados. Mas o Portugal não dá trabalho a tanta gente. Tem de procurar a vida para um lado e para outro. A juventude é que dava o futuro. Para animar e confortar esta gente, era montar umas empresas aqui ou acolá. Não quer dizer que fossem nesta terra, porque este meio é pequenino, mas nestes meios maiores. Assim temos Coja, temos Pomares, que tem uma casa de confecções para mulheres. Anda aí um bombeiro que me costuma vir buscar, disse-me que trabalham lá 200 pessoas, 200 mulheres. É alguma coisa. Aquilo abrange quase a freguesia toda. Pelo que dizem é verdade. Muitas moças e mulheres casadas ali a trabalhar. Agora essas que estão fora, se houvesse nesta zona emprego, permaneciam por aí. A gente desta terra pensa que só em Lisboa é que se ganha dinheiro. Então, toca a andar para Lisboa. Se fosse na terra era uma vida, estavam em suas casas. Ainda agora em Agosto não havia uma casa que não tivesse gente. E assim agora está tudo fechado. Nesta aldeia ninguém paga renda de casa e todos têm casa. Tem cá as casitas guardadas para quando cá vêm estão naquilo que é deles, a viver.