Depois a nossa vida foi sempre uma vida muito triste. Não tínhamos ninguém quem nos ganhasse nada. A minha mãe, por exemplo, cultivava batata, feijão, milho. Ela moía no moinho, que era aqui em cima, e a gente cozia o pão. E aos homens, quando era por a sementeira, já sabe, a gente tinha que lhe pagar. Não era de graça. E a minha mãe, às vezes, coitadinha, ainda ia ajudar a este e àquele a semear o milho e depois eles, às vezes, não levavam nada. Mas havia outros que levavam! A gente tinha que pagar. Não era como agora que têm estas reformas. Com o poucochinho que é, sempre ainda temos alguma coisa. Mas, naquela altura não tinham nada.