Antigamente faziam em Chãs d’Égua festas. O padre vinha cá celebrar a missa no dia dos santos - dizem que é a missa da festa - e o mordomo tinha que lhe pagar. E agora é a mesma coisa. Hoje, quando é por a festa da aldeia, a Comissão compra, com licença, um porco ou dois. E a gente, se lá quer ir comer, tem que dar o nome. Este ano foram umas 230 pessoas.
No Natal, coitadinhos, cada um arranja o Natal em sua casa. Às vezes lá faziam umas filhositas, outras vezes não faziam nada. Mas era sempre muita gente. Eu nunca passava o Natal sozinha. Antigamente estava tudo na aldeia! Não tinham ido para Lisboa, era muita gente. Os meus filhos vinham cá sempre passar o Natal ao pé dos pais. O casal mais os filhos, os netos, vinham quase sempre. Ou uns, ou outros. Agora não. São os filhos que querem é que a gente lá vá passar o Natal com eles e a gente há-de ir este ano. Hoje, quando é Natal, não há cá quase vizinho nenhum na aldeia. No outro ano ficou cá só a dona Arminda, mais nada.