O meu namoro não foi como agora! Ai, Meu Deus! Oh, oh! Não era como agora é. Então, se a gente chegava ao pé do rapaz, oh, que as nossas mães não deixavam. A gente não chegava lá ao pé. Se falava era, faz de contas, eu estava à janela e ele falava de baixo. Era assim, pois. Para pedir em namoro, os que sabiam escrever já escreviam uma cartita, os que não sabiam escrever iam, às vezes, ao mato ou à lenha e depois falavam com elas no caminho. Eu é que nunca falei com o meu marido no caminho, porque o meu marido era alfaiate, não ia lá para os matos. Ele não vinha cá a casa nem nada, que a minha mãe não deixava vir. Oh, oh! Depois a minha sogra é que vinha às escadas pedir. Cá vem tempo que andavam assim a namorar. E, ao fim, a minha mãe disse:
- “Pronto, tem que se acabar com isto. Eu não quero assim andar. Não quero cá estas coisas muito chocas!”
Então, o meu marido pediu à minha mãe e ao fim lá resolvêramos a fazer o casamento.