O correio de Chãs d'Égua ia para o Piódão. E depois do Piódão havia uma pessoa da aldeia que o ia buscar. Normalmente era um rapaz. O pai desse rapaz tomava conta do correio, como eram muitos filhos, havia um sempre que podia fazer esse trabalho. Era um favor muito grande que faziam àquela família, ter o correio na mão deles. Então iam lá buscar o correio ao Piódão e depois distribuíam, iam levar de porta a porta. Iam para as quintas levar o correio. Era assim todos os dias. Todos os dias havia correio. Ia para o Piódão todos os dias e vinha. Era um rapazinho. Ia a pé. E não havia estradas. Era uma terra muito isolada. Eu quando saí de Chãs d'Égua não tinha estradas, não tinha telefone, não tinha luz, não tinha água canalizada. Nem nada. Era uma terra para esquecer.