Antigamente não tínhamos cemitério. Levavam às costas o morto para o Piódão. Mas havia muita gente. Juntavam-se em grupos. Levavam quatro homens, levavam um bocado, quatro levavam outro bocado e era assim que lá chegavam.
Havia uma terra que é Malhada Chã, essa aí chegava no Inverno, quando morria lá alguém, ficava lá e só era enterrado quando a neve derrete-se. Lá na serra, para passarem para o outro lado. Que hoje eles também já têm cemitério. Agora temos um cemitério, que a primeira pessoa que foi para lá foi a minha avó. Em 1969. Foi inaugurado com a minha avó.
Os fontanários são de 1958. Depois, muito mais tarde, é que passou para as casas. As pessoas abasteciam-se de água nos fontanários. Temos quatro. Um era para beber os burros. Era uma coisa grande. Iam buscar a água para se abastecer em casa com cântaros. Era numa minazita ao fundo do moinho que as pessoas se abasteciam. Para beber. Para lavar as casas iam buscar ao ribeiro. Em cântaros e bilhas. Lavavam as casas, por exemplo, na Páscoa, quando era na altura da festa, lá para os meses de Agosto, era quando esfregavam as casas. Eram esfregadas com carqueja. Porque não havia escovas e era com sabão branco e azul. E a carqueja também servia para chamuscar o porco. Hoje é com maçarico.