O João Brandão deixou fama nesta terra. O João Brandão tinha uma seita, depois havia outro que era os Cacas, e havia outro que era o Oliveira Matos, o Oliveirão. Esse Oliveirão mataram-no em Chãs d'Égua e enterraram-no na capela. Depois é que desacentaram e estava lá enterrado. Ainda deu um bocado de trabalho esse homem. Então havia esse tal, o João Brandão, esse tirava aos ricos para dar aos pobres. Os Cacas, esses passavam, roubavam tudo, chouriço, carne, as pessoas viviam mal, naquela altura. Alguma coisa que tinham para todo o ano, eles roubavam isso tudo. Punham os cavalos a comer dentro das arcas do milho. O milho que era para a sobrevivência das pessoas. Eram malandros. E depois havia sempre aquela luta entre uns e outros, os maus contra os menos maus. Iam ao vinho, bebiam o que queriam e depois deixavam a torneira aberta. Eram maus, era só para destruir. Houve uma ocasião esse Oliveirão armadilhou uma ponte, em Avô, que faz cruzamento, com quem vai para Pomares. Só que ele deita-lhe o fogo, aquilo tem um rastilho, e quando deita lume ao rastilho, quando lá chega a pólvora rebenta. Mas ele deita-lhe o lume e aquilo encrava. Quando eles iam a passar, a ponte ia pelo ar e eles iam-se todos embora. Isso é a história que me contaram. Já não é do meu tempo.