O Natal era o melhor que se podia. Cada um na sua casa. Comia-se melhor. O melhor do povo. Uma chouriça, um paio, enfim, qualquer coisa assim. Um bocado de arroz-doce e pronto, mais nada. Às vezes, havia quem fizesse um bolo, mas isso era já muito luxo. Íamos à missa. Às vezes vinha cá o padre, mas isso era raro.
Na Páscoa vem cá o Nosso Senhor a casa e corre o povo inteiro. Cada um dá o que quer. Agora dá-se dinheiro. Antigamente acho que era a mesma coisa, mas já não me lembro. Já lá vai há muitos anos.