Antigamente, para moer a farinha, era nos barrocos. Aqui neste barroco “pia cima” há ainda muitos moinhos. Se calhar já caíram, mas havia lá muitos moinhos, que ia-se lá de noite levar o milho. Era a água. Não é como agora em electricidade. Eu não tinha um moinho, mas tinha parte nele. Ajuntava-se gente e faziam um moinho. E depois, quando morriam os familiares, tinham dois ou três ou quatro filhos. Cada um ficava lá com a sua parte. Depois partiam-no aos dias e às noutes e cada um ia moer a farinha para cozer o pão naquele tempo que lhe pertencia.
Eu tenho feito muita vez a broa. Então, a gente tem o milho, mói a farinha. No fim da farinha moída, peneira-a para uma gamela, assim com uma peneira. E, no fim de ela estar peneirada, a gente vai e amassa-a com água à medida. Punha-lhe, então, o fermento. No fim de ela estar lêveda, ia pô-la para o forno. Ele aquecia e lá a cozia. Depois tirava-se a broa já feitinha para se comer. Eu por acaso até tenho dois fornos, mas primeiro só havia lá um forno nas Luadas. Toda a gente ali ia cozer. Era de dia e de noute que ele estava a trabalhar. Depois cada um começou a fazer o forno para si e muitos compraram estes moinhos eléctricos. Agora, é diferente de primeiro, como é o dia da noute. Até tenho fotografias que me tiravam a pôr e a tirar o pão no forno. E fazíamos um bolo com chouriço e com um bocado de carne. Aquilo era tão bom... Hoje nem sabe assim.