Antigamente não havia água em casa. Agora, já há uns anos, que cá temos água. Íamos buscar ao lado do ribeiro, lá a uma mina. Ali é que a gente íamos à água. Estava empancada. Quando era no Verão, pelas festas, gastava-se muita água. Íamos para lá cedo para ganhar a água. Era uma bicha que a gente fazia. Às vezes, até levávamos um copo para apanhar assim com o copo para os cântaros. Era pouca água. Era só aquela fonte que tínhamos aqui. Às vezes, outros iam a outras nascentes. Era conforme a gente podia fazer. Trazíamos nos cântaros de barro ao ombro ou à cabeça. De Inverno não íamos lá tanto. A gente era tudo a lavar a loiça sempre com a água que íamos buscar. Agora é que não. Íamos muita vez ao dia àquela mina buscar água. Outras vezes era mais acima, havia também lá um nascentezito. Mas pronto, às vezes, a água era pouca. Lá nos fôramos remediando. Não era só eu, a povoação toda.