Fui buscar lenha a todos os outeiros que há aqui à volta de Chãs d'Égua. Às vezes, era tarde e nós sem virmos. Íamos mais que uma vez. Levávamos um bocado de pão e conduto para lá comer e íamos acartando. Era para aí umas três ou quatro horas que lá andávamos. Paus grandes, cortávamos um dia, andámos lá que tempos. Havia só um menino que levava uma machada. Eu não tinha ordem de levar a machada, porque podia a estragar. Levávamos só o podão. Então, o rapazinho andou, cortou, cortou com a machada. Porque era só ele a cortar. Lá sempre pusemos o pinheiro no chão. Depois, todos queriam a ponta, que era a mais fina. Era a rama e mais o tronco onde era mais fino para cima. Como não chegava para todos, aquelas partes só podia dar aí para quatro, talvez, tivemos que ir buscar noutro lado. Ali já não deu para mim e outros. Porque era assim, os garotitos aí de 10, 12 anos éramos nós que acartávamos a lenha, coitados.
Às vezes íamos buscar um molho de mato. Chegámos ali adiante, ao poiso, estamos assim com o molho poisado e dizíamos:
- “Vens outra vez?”