Quando ficávamos doentes havia um senhor no Piódão, que até era meu primo, que a gente chamava. Ele sabia tanto como um médico. A gente ia à farmácia, outras vezes era com ervas e passava. Outras vezes, vinha cá o senhor doutor Vasco, que era da Ponte das Três Entradas. Vinha a cavalo, num macho. Ai meu Deus. E da Vide também, não havia estrada. Tinham que lá ir chamá-lo. Não havia telefone. E depois tínhamos de ir buscar os medicamentos a Avô, que na vizinhança não havia farmácia.
Também se curavam as doenças com ervas. Havia muitas qualidades. Era a grama, era o malvaísco, quando uma pessoa estava à rasca da garganta. Era para bochechar a boca. Eram chás, píncaros das cerejas pretas. A gente tirava a cereja e ficava aquele bocadinho, onde está a cereja. Era disso, de cerejas pretas. Eu já me lembro que andava na escola, apanhava-as no caminho para trazer. Púnhamos a secar para quando era preciso. E barba de milho para a bexiga, raízes dos morangos quando uma pessoa andava aflita de uma infecção urinária, agora são os antibióticos. Nessa altura era diferente. E curavam-se.