Também tinha porcos. A matança era feita num banco grande, tinha que se arranjar aí 4 ou 5 homens para conseguir apanhá-lo com uma corda. Atavam-lhe uma corda no focinho, punham de cima do banco e, ao fim, o sangrador sangrava. Era chamuscado, tudo bem raspado, pendurado e aberto. Tirava-se tudo o que tinha dentro, as tripas e pronto, ficava o porco. Ao fim deixava-se estar até ao outro dia que era para arrefecer a carne. A carne era para salgar e por isso não se podia salgar quente, tinha que ser fria.
Aquilo ainda não havia máquinas para chamuscar naquele tempo. Era com carquejas altas. Cortavam-se carquejas. No fim de estarem secas, punha-se lume e iam logo raspando. Ao fim, ficava o porco limpinho. Aquilo era trabalho de homens. Só para lavar a tripa, então isso é que era com as mulheres. As tripas era para fazer enchidos. Enchia-se com carne de lombos. Tiravam os lombos aos porcos e ao fim aquela carne era posta dentro de um alguidar grande. Levava muitos temperos, deixavam-no ficar de um dia para o outro. Ao outro dia enchiam aquela carne. Ao fim, púnhamo-la ao fumo, ao cimo da lareira que era para secarem lentamente. Os chouriços demoravam aí um mês mais ou menos. No fim de um mês estavam mais ou menos secos, já se podia comer. Aquilo era bom. Mas tudo acabou, não há pessoal para trabalhar.