Eu tive o primeiro professor. Era de Óbidos. E chamava-se Alexandre de Almeida Casimiro. Com ele toda a gente tinha de aprender. E aprenderam. Todos passaram com ele. Era muito persistente. Mas o gajo batia por tudo e por nada. Com a palmatória de azinho de cinco buracos. E depois, ultimamente, era com uma vara de castanho ali na cabeça das pessoas. Era muito bruto.
Se fosse agora levava meia hora mas, nesse tempo, a gente em pouco mais de dois minutos fazíamos o trajecto. Era sempre a correr, sempre a correr. Fazíamos pouco mais de cinco ou seis horas de escola. O professor, à noite, tinha os adultos também. Ainda lá andaram muitos adultos com ele.
Apesar disso, ainda hoje tenho saudades dele... Via que ele era um homem excepcional para ensinar. Ele ali martelava as pessoas, porque nós estávamos todos em bruto, ninguém sabia nada de nada.