Contaram-me, quando eu era pequeno, que o indivíduo estava a tirar o estrume do curral das cabras. Aquilo é tirado com um sacho de ganchos, com dois dentes. Espetava e puxava. Espetou e veio um bicho espetado num sacho de ganchos. Mas, claro, o bicho morreu. Isso era os bichos venenosos.
Mas das aves também tenho um episódio. Eu ouvia ao amanhecer uma gritaria, um gaio a gritar ali para a estrada. Já havia a estrada, foi há poucos anos. Foi em 1980 e pouco. Eu vou lá ver o que era. Então não era um gavião e o gaio! Estavam ferrados um no outro. O gavião fitou o gaio para o comer e o gaio também não foi bom e ferrou o gavião. Estavam os dois engatados de tal maneira que não se separavam. Eu agarrei neles, trouxe aqui para a cozinha e aqui é que os separei. O gaio morreu. O gavião deve o ter filado de tal maneira que ele morreu. E depois deixei estar o gavião e morreu. Morreram os dois.
Ontem contou-me uma passagem. Uma águia aproximou-se do ninho dos corvos. Pois os corvos deram uma tareia na águia que ela foi subindo, foi subindo. Veio de lado e, pimba, uma mordidela! E ela, também a berrar, subiu, subiu e foi assim que se viu livre dos corvos. Ela aproximou-se que queria ir lá buscar os filhos. Isto é o instinto das aves. Todos os animais têm os seus porquês.