O meu pai era Alfredo Pereira e a minha mãe era Ana da Conceição.
Os meus pais trabalhavam na agricultura, também. Nunca tiveram outro trabalho. Era só na agricultura. Cultivavam terras deles e terras dos outros. Era milho, feijão e batatas.
Matava-se um porquito. Durava para todo o ano. E da cabrada ainda vendíamos os queijos. Íamos ali, chamavam Cebola, agora é Aldeia de São Francisco, e íamos lá vender os queijos. Era a trabalhar sempre. Até os filhos se irem orientando. Somos seis irmãos. Também viveram mal. No princípio da vida a gente viveu mal.
Fazíamos o queijo da cabrada. A gente fazia com os acinchos, com a mão. Púnhamos lá a coalhada. Comprava-se o coalho por modo de se fazerem os queijos. Coalhávamos o leite e depois fazíamos os queijos. Era como a gente fazia os queijos. A gente comia, mas vendia também, para se ir orientando a vida. A gente comia o soro dos queijos e comíamos da agricultura. Era broa, feijão e batata.