Eu fui criado na Benfeita, em miúdo. Na minha infância, com 7, 8, 9 anos ajudava a aquecer o forno, pôr a broa no forno, a tirar e era assim a vida. Ajudava no campo, a cultivar o milho, a apanhar a azeitona. Todos os serviços de lavoura eram feitos pelo povo, pelas pessoas da casa.
O gado soltava-se de manhã. Juntavam-se os rebanhos todos, do João, do Manel, do Joaquim e iam pastar para o monte. Aqui assim nos arredores desta montanha em volta. O gado pastava em conjunto e depois à noite regressavam aos currais, à povoação. O gado pastava nos montes e as pessoas roçavam um molho de mato para casa. Faziam um molho de mato atrás do gado. À noite ou ao meio-dia traziam um molho de mato que era para se pôr no gado. Fui muita vez. Às vezes, lá se tresmalhava uma ovelha e aparecia noutro rebanho ou assim. Mas assim uma catástrofe, que morresse gado, não se deu.