Lá não houve escola. Depois é que abriu no Porto da Balsa, mas já eu era maior. Já era de maior idade. Houve um professor que era de lá mesmo de Porto da Balsa. Os meus irmãos alguns já foram à escola eu é que nunca fui. Só uma irmã minha, que está em Folques num lar, é que também nunca foi à escola.
Queriam era que a gente trabalhasse para nos governarmos. Guardava as cabras. Da cabeça de gado que se vendia é que a gente vivia. Não fazia outro trabalho. Os meus pais naquele tempo não tinham donde viesse um tostão. Era na cabrada é que faziam alguma coisa de dinheiro. Tinha um irmão que era a seguir a mim. Ele ia então à escola. Ia todos os dias. Ao domingo e ao sábado ia para as cabras. A gente trabalhava na agricultura e assim se passou o resto da vida.